sexta-feira, 20 de junho de 2008

(sem título)

O vento sopra a bandeira esfarrapada que está hasteada há muito tempo. A bandeira que representou algum país que pudesse ser promissor.
A bandeira tremulando tristemente; apenas ela nessas terras estéreis compostas apenas por poeiras e esqueletos. Só ela. Uma lembrança. Uma esfarrapada lembrança.
Ela agita-se com o vento sob o crepúsculo do céu vermelho-fúnebre, celebrando a morte da esperança. A última à morrer perdeu sua vida. Se era ela a última a cair, quem mais irá viver?
A úttima a morrer de fato não é a esperança, mas sim a bandeira, -que é testemunha de todas as promessas de bem-aventurança não realizadas-. Contudo, falta pouco pra ela cair sob a fraqueza da haste enferrujada e os ventos que sopram e as chuvas que choram por sobre todos esses escombros, cadaveres e ruínas.
Um dia um transeúnte passará por lá, olhará tal cenário, se perguntará o que a conteceu. Baixará a cabeça e emitirá um leve murmúrio de dor por essas terras e seguirá seu caminho.
Dor e lamento por essas terras, essas vidas perdidas, esperanças quebradas, corações rasgados e toda sorte de maldição que ali contém.
Ele irá chorar, orar e continuar.
Que os Deuses pelo menos conservem o historiador-mor destes vales tristes. Salvem-na, ó, Deuses, a bandeira! Salvem-na! Só ela pode contar o que aconteceu. Só ela lembra. Salvem-na...

2 comentários:

Unknown disse...

Uooooou!

tens que postar mais vezes.

bjoo

Anônimo disse...

o vento, eles têm soprado em várias direções, a bendeira me lembrou Hidalgo, uma bandeira que o dono dele carregava de enorme significado.