quinta-feira, 12 de junho de 2008

Sobre os Ventos...

Sopram os ventos gelados -aqueles que, por excelência-, são os consoladores dos abismos. Lá onde habitam as almas arraigadas nas dores, nas amarguras, na loucura e no desespero incrivelmente arrebatadores.
Terra e rocha fria. Céu vermelho-sangue. Nuvens testemunhas dos vales das sombras. Mesmo o sol, o astro-rei, aquele que se apieda de todo ser vivente se mostra distante ou indiferente de toda desgraça destas terras desertas, de todo consolo ou afago ou esperança. Ele apenas observa a dor e a desolação de seus órfãos solitários.
Mas há quem, -por piedade e amor incondicional-, não abandonam nem essas terras estéreis e quase sem vida ou esses seres malditos, relegados à seus tormentos inimagináveis; e estes são os Ventos. Os Ventos amam mais os homens e todos os seres vivos, bons ou maus, tristes ou felizes, que o sol e a lua, visto que estes revezam seus deveres de serem presentes, ora um, ora outro, como um fardo pesado à cumprir. Mas não os Ventos. Quer seja dia, quer seja noite, eles sempre estão e estarão lá.
Mesmo quando os espíritos encontram-se nas condições mais desesperadoras, ao encontrarem-se encolhidos e acocorados tendo como apoio o ventre do solo rochoso que também os rejeita, quando os soluços e as dores não são mais suportáveis e só cessam por um breve momento quando não há mais o que sofrer e que estes, por algum milagre podem pensar por uns poucos segundos, eles são consolados pelos Ventos e estes sentem, de alguma forma, ao fruírem seu sopro consolador, eles, mesmo dentro de seu choro pesado e doído poderão de alguma forma ter a chance de voltar a viver...

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu não sei dos ventos, queria saber deles e de mim.

Unknown disse...

ah! o vento: refresco no verão, tormento no inverno.

mas, gosto deles.

^^ bjooo