quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Fatos (anti)éticos

Uma dia, quando estava num certo pub da cidade de nome novo-americano, um fato ocorrido na hora do pagamento da comanda (lembro que comentávamos ser esse um nome horrrível para o negócio) me deixou bastante revoltado. Enfim, quando eu e minha amiga pagamos nossas comandas (argh!), no caixa, um homem moreno, cabelo curto, com aparelho nos dentes e mais massa corpórea que eu, recebeu. Até aí tudo bem.
Na hora de irmos embora, minha amiga não encontrava a sua comanda e eu voltei ao caixa e encontrei o mesmo que me atendera. Falei do ocorrido e ele RECONHECEU que ambos pagamos as comandas e ao mesmo tempo que estava "se fazendo"; relutava em falar ao homem da portaria que a comanda havia sido paga mesmo sendo perdida e que ele o recebera de nós. Mas as nossas estrelas foram mais brilhantes que as do sacana e minha amiga encontrou a comanda dela. Entregamos e fomos embora.
Pois bem: é realmente lamentável quando uma pessoa age de má-fé. Isso foi algo injusto e desonesto aos meus meus olhos, afinal de contas, quando se tem noção de algo correto e se age de forma contrária, simplesmente é algo que considero no mínimo condenável. E tem mais: aqueles que são responsáveis por um estabalecimento público tem uma imagem à zelar, e a do NY pra mim foi comprometida.
Não, eu não gosto de freqüentar ambientes gerenciados por pessoas com tais características.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

(sem título)

Como é maravilhoso o vento em cima dessas montanhas! Quase posso sentir paz! Olho ao meu redor. Só montantas e mais montanhas. Estou mui bem agasalhado. Armado de adaga, espada, arco e aljava. É tão lindo ver essas montanhas nevadas que se elevam acima das nuvens. Ah, as manadas de nuvens! Como elas me encantam o coração! Depois de tantas lutas travadas, tantas coisas vividas... Meu coração só anseia aquilo que ele talvez nunca mais possa possuir e a única coisa que é possível de se possuir depois de tudo: redenção e paz. Nessa ordem. Existe paz sem redenção dos crimes de guerra? Certamente não. Mesmo os que se comprazem no crime não possuem paz pois sempre estarão esperando o ataque de lugar algum...
Essas montanhas me encantam demais. Quem veio comigo? Ninguém. Esse é meu lugar. Só meu. O local mais alto do mundo a mim pertence. Não o mereço mas aqui estou. Enfrentei a chuva, o vento, a neve, a fúria dos deuses, mas aqui estou. Eu e a lembrança de quem sou e as lembranças do que fiz. O vento continhua soprando maravilhosamente pro meu deleite. Meu cajado me trouxe até aqui. É meu único companheiro nessa viagem em busca de mim mesmo. Logo a noite vai cair e eu terei de montar acampamento. Serei brindado pelo cardume de vagalumes que povoam os campos do infinito. Mais um presente ao meu massacrado coração!
A hora do repouso chegou. Um gole de água pra refrescar; um pouco da vida de outro ser pra sustentar a minha e aqui ficar. Aqui é meu lugar. Se não o fosse, eu não estaria aqui. dormirei com o vento, a lua e as estrelas. Grato sou por essas bençãos inomináveis! Grato sou, embora não merecedor.
Obrigado, grandes senhores dos céus e das montanhas! Obrigado pela sua misericórdia e condescendência pra com esse pobre pecador... Meu mais sincero obrigado.
(som do vento das montanhas na tenda)

sexta-feira, 20 de junho de 2008

(sem título)

O vento sopra a bandeira esfarrapada que está hasteada há muito tempo. A bandeira que representou algum país que pudesse ser promissor.
A bandeira tremulando tristemente; apenas ela nessas terras estéreis compostas apenas por poeiras e esqueletos. Só ela. Uma lembrança. Uma esfarrapada lembrança.
Ela agita-se com o vento sob o crepúsculo do céu vermelho-fúnebre, celebrando a morte da esperança. A última à morrer perdeu sua vida. Se era ela a última a cair, quem mais irá viver?
A úttima a morrer de fato não é a esperança, mas sim a bandeira, -que é testemunha de todas as promessas de bem-aventurança não realizadas-. Contudo, falta pouco pra ela cair sob a fraqueza da haste enferrujada e os ventos que sopram e as chuvas que choram por sobre todos esses escombros, cadaveres e ruínas.
Um dia um transeúnte passará por lá, olhará tal cenário, se perguntará o que a conteceu. Baixará a cabeça e emitirá um leve murmúrio de dor por essas terras e seguirá seu caminho.
Dor e lamento por essas terras, essas vidas perdidas, esperanças quebradas, corações rasgados e toda sorte de maldição que ali contém.
Ele irá chorar, orar e continuar.
Que os Deuses pelo menos conservem o historiador-mor destes vales tristes. Salvem-na, ó, Deuses, a bandeira! Salvem-na! Só ela pode contar o que aconteceu. Só ela lembra. Salvem-na...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Sobre os Ventos...

Sopram os ventos gelados -aqueles que, por excelência-, são os consoladores dos abismos. Lá onde habitam as almas arraigadas nas dores, nas amarguras, na loucura e no desespero incrivelmente arrebatadores.
Terra e rocha fria. Céu vermelho-sangue. Nuvens testemunhas dos vales das sombras. Mesmo o sol, o astro-rei, aquele que se apieda de todo ser vivente se mostra distante ou indiferente de toda desgraça destas terras desertas, de todo consolo ou afago ou esperança. Ele apenas observa a dor e a desolação de seus órfãos solitários.
Mas há quem, -por piedade e amor incondicional-, não abandonam nem essas terras estéreis e quase sem vida ou esses seres malditos, relegados à seus tormentos inimagináveis; e estes são os Ventos. Os Ventos amam mais os homens e todos os seres vivos, bons ou maus, tristes ou felizes, que o sol e a lua, visto que estes revezam seus deveres de serem presentes, ora um, ora outro, como um fardo pesado à cumprir. Mas não os Ventos. Quer seja dia, quer seja noite, eles sempre estão e estarão lá.
Mesmo quando os espíritos encontram-se nas condições mais desesperadoras, ao encontrarem-se encolhidos e acocorados tendo como apoio o ventre do solo rochoso que também os rejeita, quando os soluços e as dores não são mais suportáveis e só cessam por um breve momento quando não há mais o que sofrer e que estes, por algum milagre podem pensar por uns poucos segundos, eles são consolados pelos Ventos e estes sentem, de alguma forma, ao fruírem seu sopro consolador, eles, mesmo dentro de seu choro pesado e doído poderão de alguma forma ter a chance de voltar a viver...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Essa tal existência...

Que complicada nossa existência. Nossa condição de "ser no mundo". Estamos aqui. Existimos. Lutamos, ganhamos, apanhamos, nos alegramos, sofremos... Sempre numa constante luta pela cristalização do melhor em nossas vidas. Queremos conservar o melhor, sempre buscando a felicidade.

Sempre assim. Cai, levanta, cai de novo, levanta mais uma vez... Cansativo, mas fazer o quê? Essa é a nossa existência humana. Estamos aí. Somos livres, livres. Possuímos uma constelação de poderosas representações orbitando nossa consciência, e tais representações nos alimentam o espírito com as mais variadas impressões acerca de tudo aquilo que podemos entrar em contato. Ou seja, é muita coisa!

E nisso tudo tem também nossas emoções incrivelmente fortes que nos fazem rir, chorar, amar, odiar... E são elas também essas poderosas forças íntimas que nos embalam tal qual as ondas do mar num oceano de proporções imensuráveis.

E quando as coisas não vão bem, quando não nos sentimos bem, nos sentimos doentes e deficientes e um desejo muito grande de cura toma conta de nossos pensamentos. Coitadas das nossas almas calejadas pelos tortuosos caminhos da existência humana! Somos como andarilhos da noite que provam a neblina, o vento, as chuvas, -sempre em busca do "santo graal" chamado felicidade-, ou, quando a esperança de encontrá-la se apaga, pelo menos alívio desejamos alcançar...

Peço desculpas à todos pelo discurso pessimista, mas são sensações presentes em mim e em muita gente. Ou seja, incorporo o espírito de incontáveis gerações...

Que os Deuses nos guiem pelas estradas desenhadas por eles.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Acromatopsia

Dias cinza esses. Céu cinzento, sem cores nem chuva.
As paredes das casas também são cinzas, bem cinza.
A água que bebo é cinza e a comida também.
O tão colorido monitor do PC bem como a TV passam imagens de cor cinza
Até mesmo os sons são cinzentos (com excessão da música)
Nem tudo o que vejo/ouço/sinto é cinza: há tons de preto e branco mas não menos cinzentos...
O tão não-colorido cinza de tudo também me faz cinzento...

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

A Lâmpada

A lâmpada ilumina; a lâmpada mostra a vida por trás do escuro
A lâmpada trás luz; a lâmpada trás alegria; revela o brilho de um olhar
Afasta o escuro que pode te assustar.

A lâmpada é linda; a lâmpada é bondosa e generosa
A única coisa que ela quer é se fazer brilhar
Ela só quer brilhar e iluminar

Mas a lâmpada só mostra a vida se ela tiver vida;
A lâmpada só pode trazer felicidade se ela tiver forças;
Ela só é lâmpada se ela tiver eletricidade pra lhe sustentar.


Pra quê serve uma lâmpada sem eletricidade?